sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Libélula

Na plenitude de um olhar, as palavras mudas
Formavam uma agradável canção aos ouvidos
Deusa de candura e luz
Enquanto os braços se envolviam na agitação
Logo, os lábios se uniram em uma química
Superior a de qualquer vaga teoria,
Pois aquelas duas matérias tinham uma
Reação única, complexa, inexplicável.


Em princípios de um amor
Era o despertar de mero sonho acordado,
Perfeito e repleto de sombras de belas ilusões!
No peito, faz manifestação
Uma sensação de agonia quando distante
De conforto quando se aproxima:
Adormeço desabitado
Com o paladar do acerbo passado
E pela janela me entristeço
Ao olhar o falso brilho do luar
E saber que a sombria libélula
Como a pluma no vento paira e desaparece.


Céus e estrelas, crepúsculo enfeitiçado
Por sobre nuvens afáveis, um último suspiro:
Que os olhos sejam como a alvorada da primavera
E que os corações conservem o fogo do entusiasmo
Cresça o sublime sentimento do instante
E se torne imortal como o inexplicável sonho carente
De te abraçar em meio à plenitude e inquietação
De te desejar a cada passo incerto que transpor
Uma vez que te amar componha a maior verdade.

(Davi Fernandes)

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